terça-feira, 18 de novembro de 2008

Papiers à la Mode

Em meio a trajes, esculturas, objetos e pinturas, a exposição Papiers à la Mode de Isabelle de Borchgrave – artista plástica, em parceria com Rita Brown – especialista em figurinos de óperas, apresentada no Museu de Arte Brasileira da FAAP, propõe questões que ultrapassam uma simples coleção de vestes.



A exposição cobre 400 anos da história da indumentária mundial, usando apenas tintas, dois tipos de papel e a técnica de tromp l’oeil. Isabelle seleciona procedimentos adequados para obter texturas e padrões de tecidos e realmente convence com os papéis pintados, imitando perfeitamente várias texturas, estampas, bordados, da renda ao brocado, até chegar ao veludo.

O resultado é tão próximo da realidade que, à primeira vista, tem-se a impressão de que a idéia é simplesmente fazer um passeio pela história da moda. Porém, nesta exposição, a artista discute história, moda e sociedade além de abordagens específicas da arte.
Nestas pinturas transformadas em esculturas, aparecem questões sobre a passagem do tempo, o envelhecimento do tecido, a transitoriedade do papel e a efemeridade da moda.




"A moda é efêmera e o papel é material facilmente associado ao frágil. Pode ser amassado, rasgado, decomposto e/ou descartado sem dificuldades. Curiosamente, nos deparamos com o papel transformado em algo rígido, aludindo desde a leveza da seda até o peso do veludo. A partir da efemeridade da moda e da fragilidade do papel, Borchgrave traz à luz o oposto: a permanência daquelas vestimentas por meio da beleza. Apresenta outro diálogo manifesto nas referências feitas à história da arte ao longo de todo o século XX." - Luciana Chen (Catálogo da exposição).




Segundo Denise Pollini, também no catálogo da exposição, “Império das aparências, a moda sempre foi renegada e incompreendida por viver na superfície. A superfície é seu campo de ação e transformação, onde a divisão entre o ser e o parecer perde a importância. Sendo o império das aparências, é fácil esquecer a profundidade de suas revelações, e estas não estão “atrás”, como se em um lugar escondido, secreto, pudéssemos encontrar a explicação de sua constante mutação. Mas as revelações estão justamente naquilo que está manifesto, exposto. (...)
“Ao recriar um modelo, Isabelle nos apresenta a verdade secreta presa à superfície, à espera de um olhar atento para revelar-se.”


Fica aí mais uma reflexão...



Exposição: De 12 de Outubro a 14 de Dezembro de 2008
Horários: de 3ª a 6ª das 10h às 20h.
Sábados/Domingos/Feriados das 13h às 17h.
Local: Museu de Arte Brasileira da FAAP - Sala MAB
Rua Alagoas, 903 - Higienópolis
São Paulo SP
Tel: 55 11 xx 3662-7198
ENTRADA FRANCA

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